Enquanto o técnico Giba Maniaes sente a carência de jogadores em posições como meia de ligação e atacante, o que não faltam são opções para o setor de marcação do meio-de-campo. São seis volantes treinando no Baenão: Danilo Mendes, Didão, Júlio Bastos, Marlon, Ramon e San. Tantos que ocupam mais espaço do que as duas vagas disponíveis na equipe titular. Na estréia na Série D do Brasileiro contra o Cametá, por exemplo, quatro começaram a partida: Danilo Mendes e Júlio Bastos na função típica de marcadores, além de Marlon improvisado lateral-esquerda. O quarto a atuar é San, posicionado como zagueiro.
Os quatro têm escalação garantida para o jogo de domingo contra o Cristal-AP, às 16 horas, no Estádio Augusto Antunes, em Santana, pela segunda rodada da competição nacional. Mas já se pode vislumbrar no horizonte dias menos tranquilos para o quarteto. Com a chegada de Márcio Loyola, especialista na lateral esquerda, os dias de improviso de Marlon podem estar contados. Bastaria para isso que o titular atingir o ritmo de jogo ideal para ganhar uma oportunidade entre os titulares.
Ainda na defesa, San corre risco de perder a posição por conta de sua baixa estatura, se comparada com a média de altura dos zagueiros de ofício. O recém-contratado Ênio é o primeiro candidato a tomar-lhe o posto. Raul, em recuperação de uma hérnia inguinal, e Márcio Nunes, que vem crescendo de produção nos treinamentos e amistosos, corre por fora.
"Procuro fazer o melhor possível sempre que ponho o pé em campo. Não interessa se é treino, amistoso ou jogo oficial. Assim, acredito que posso passar confiança ao treinador para quando ele precisar de mim", comentou Márcio Nunes, citando o caso do companheiro Pedro Paulo como exemplo. "O Pedro Paulo vinha treinando forte e quando o Giba precisou dele para o lugar do Raul, ele estava pronto", ressaltou.
Já Danilo Mendes, que vem atuando como primeiro volante desde o Parazão, precisa ficar esperto. Ao contrário do que se pensava antes da estreia na Série D, quem corre risco de perder a posição com a recuperação do titular Didão é ele e não Júlio Bastos. O novato, que pode jogar tanto como primeiro ou segundo volante, mostrou praticamente o mesmo poder de marcação que o companheiro, mas com uma vantagem: melhor passe.
Apesar disso Danilo Mendes garante não se sentir ameaçado. "Sei que a concorrência por uma vaga aqui no Remo sempre é forte, mas estou tranquilo quanto a isso. Faço o meu trabalho em campo e deixo essa preocupação para o treinador. Aliás, é uma dor de cabeça boa e que todo treinador gosta de ter", comentou Danilo, procurando mostrar autoconfiança. "Na verdade, eu me sinto até orgulhoso em estar num grupo que tem jogadores com tanta qualidade", complementou.
Polivalência - Ele aponta exatamente a polivalência como principal justificativa para a superpopulação de jogadores na posição. "Quem joga de volante normalmente começou em outra posição e só depois foi deslocado para a posição. Por isso, vários volantes têm capacidade para jogar de lateral, de ala, de zagueiro ou até de armador, dependendo do esquema que o treinador escolha."
Outros motivos para ter tantos potenciais camisas 5 e 8 são a possibilidade de perder um ou outro no decorrer da temporada e a inexperiência de alguns deles, como os recém-promovidos garotos dos juniores. "Claro que os mais jovens ainda estão sendo preparados. Além disso, sempre temos de estar prontos para contusões, suspensões ou mesmo negociações que possam vir a desfalcar o time. Acho que hoje temos um número ideal, nem mais e nem menos", argumentou Danilo Mendes.
Os seis volantes
Danilo Mendes
O cabeça-de-área é titular absoluto desde o Parazão, mas agora há quem veja risco em sua posição. Giba poderia optar por Júlio Bastos e Didão, que possuem melhor passe.
Ramon
Prata da casa, está no elenco principal do Remo desde 2008. Amargou um tempo no banco de reservas no primeiro semestre deste ano, mas teve algumas chances durante o Parazão. Dos seis, é o que menos chances tem de emplacar no time titular nesta Série D.
Marlon
Jogador de confiança do técnico Giba Maniaes. Vem sendo improvisado na lateral esquerda com certo sucesso, apesar de não conseguir fazer jogadas de linha de fundo. Pode perder a vaga para o recém-chegado Márcio Loyola, que é lateral de origem.
Júlio Bastos
Estreou na partida de segunda-feira, contra o Cametá, atuando como segundo volante. A primeira impressão foi de um jogador com poder de marcação compatível com a função, mas com uma qualidade no passe superior aos dos demais colegas de grupo. Assim como os demais reforços remistas, ainda precisa de um melhor condicionamento físico.
San
Recuperado de grave contusão, iniciou o ano na reserva. Não teve muitas oportunidades de jogar na sua posição. Na maioria das vezes que entrou foi para atuar na zaga e, diante da falta de opções, acabou efetivado. Por conta da estatura abaixo da média para a posição, pode ceder espaço para os "grandalhões" Ênio, Raul ou Márcio Nunes.
Didão
Contratado para o segundo turno do Paraense, chegou credenciado pela titularidade no Brasiliense-DF no ano passado. Tem bom passe e costuma chegar como elemento surpresa no ataque. Mas ainda não mostrou todo seu potencial com a camisa azulina. Recuperado de uma luxação no pé direito, aguarda sua chance de voltar ao time titular.Texto: Amazônia Jornal
