sexta-feira, 16 de julho de 2010

História do Clássico Re-Pa

A rivalidade entre Paysandu e Remo já nasceu na fundação do alvi-celeste. Os fundadores do Paysandu se revoltaram contra a Diretoria da Liga Paraense de Foot-Ball, que se recusou a anular a partida Norte Club 1 x 1 Guarany, realizada a 15 de novembro de 1913, cujo resultado deu ao Grupo do Remo (atual Clube do Remo), o título de campeão paraense de futebol daquele ano. O Norte Club realizava uma boa campanha e tinha sérias aspirações ao título. Para tanto, teria que derrotar o Guarany naquela partida. A vitória daria chance ao Norte Club de disputar o título de campeão com o Remo, em partida extra. Os integrantes do Norte Club, inconformados com o resultado da partida contra o Guarany, solicitaram à Liga "a anulação da mesma, por diversas irregularidades havidas" A Diretoria da Liga Paraense de Foot-Ball, porém, julgou improcedente o recurso, validando para todos os efeitos o resultado de 1 x 1. A decisão não agradou nem um pouco aos integrantes do Norte Club, que decidiram tomar posição para que sua associação se tornasse mais forte, capaz de enfrentar em igualdade de condições os seus adversários. Hugo Manoel de Abreu Leão, que jogava no Norte Club, era o líder do movimento destinado a fundar a nova agremiação. Os integrantes do Grupo do Remo chegaram até a convidá-lo para ingressar no clube, idéia que foi repelida, de imediato, com a seguinte frase: - Vou fundar um clube para superar o Grupo do Remo! Reuniões se sucederam e os componentes do Norte Club acabaram por se decidir pela extinção da agremiação, e pela fundação de outra, mais forte e com nova denominação: Paysandu Sport Club.

De início os dois clubes mantinham relações amigáveis. No entanto em 23 de fevereiro de 1915, quando o Clube do Remo, na pessoa de seu 1º secretário, na época, Elzemann Magalhães, enviou ofício à diretoria do Paysandu Sport Club, mais precisamente ao senhor Antônio Barros (espécie de presidente bicolor na época), convidando esta respectiva agremiação para um desafio, tendo em foco a reversão da renda obtida, o propósito de ajudar financeiramente clubes como: União Esportiva, Panther, Guarani, Aliança e Brasil Esporte. Assim, recebendo ofício azulino, o Paysandu Sport Club, mandou à diretoria azulina um 1º ofício-resposta ao desafio azulino, porém acompanhado de injúrias, termos insensatos, insultuosos e absurdos, tanto sobre o desafio proposto quanto ao Clube do Remo. Já no 2º ofício, enviado pela diretoria bicolor à azulina, declararam aceitar incondicionalmente o desafio, mas não desfaziam as declarações injuriosas ao clube azulino. Não esperando muito para responder a tais insolentes desconsiderações, a diretoria azulina resolveu através de um ofício, pôr término às relações amistosas que mantinha com aquele clube, propondo-lhe "luta" somente em jogos oficiais, isto à 24 de fevereiro de 1915. Assim deu-se início à uma das mais tradicionais e brilhantes rivalidades do futebol brasileiro, entre Clube do Remo e Paysandu Sport Club, a qual dura e durará para sempre em cada torcedor paraense.

Este é o clássico do futebol brasileiro que mais vezes foi disputado, senão o clássico com maior número de partidas do futebol mundial, pois estas equipes já jogaram mais de 700 clássicos desde a primeira vez em 10 de Junho de 1914, jogo este que terminou com a vitória do Remo por 2 a 1. O jogo foi realizado no estádio da firma Ferreira & Comandita (atualmente o Leônidas de Castro, estádio do Paysandu), para um público estimado de 2000 pessoas. O Remo jogou com Corintho; Lulu, Mustard; Galdinho, Aimée, Carlito; Macedo, Dudu, Antonico, Infante e Rubilar. Já o Paysandu formou com Romariz; Bayma, Silvio; Jaime, Moura Palha, Mitchel; Hugo Leão, Garciaa, Guimarães, Mateus e Arthur Morais. Os gols foram marcados por Rubilar, que marcou o primeiro gol da história do clássico e curiosamente também marcou o primeiro gol da história do Remo (Remo 4 x 1 Guarany Futebol Clube, dia 13 de maio de 1913); Bayma (contra) e Mateus.

O Paysandu é detentor de dois títulos do Campeonato Brasileiro da 2ª Divisão em 1991 e em 2001, um vice-campeonato do Campeonato Brasileiro da Série B em 1987, uma Copa Norte em 2002, uma Copa dos Campeões em 2002 e 44 campeonatos paraenses.

Já o Remo detém um Campeonato Brasileiro Série C em 2005, dois vice-campeonatos do Campeonato Brasileiro Série B em 1984 e 1971, um Campeonato Nacional Norte-Nordeste em 1971, três Campeonatos do Norte em 1968, 1969 e 1971, além de 42 campeonatos paraenses.

No Ranking de pontos acumulados em todos os campeonatos brasileiros da 1ª Divisão e divulgado pela revista PLACAR GUIA DO BRASILEIRÃO 2010, o Paysandu Sport Club é o vigésimo sétimo colocado e o Clube do Remo o trigésimo-quarto. Já no Ranking das Colocações, divulgado pela mesa revista Placar, o Remo aparece em trigésimo-sétimo lugar, com três pontos graças a 8º colocação no Campeonato Brasileiro de 1993.

No Ranking da CBF de 2009, o Remo é o 27º colocado, com 852 pontos e o Paysandu o 31º lugar, com 655 pontos.

Em relação aos maiores goleadores do clássico Re-Pa a vantagem é do Paysandu, pois o maior artilheiro deste clássico foi o seu atacante Hélio, que entre 1941 e 1952 balançou as redes do Remo por quarenta e sete vezes. Já o maior goleador em um só jogo pertence ao Clube do Remo; Jango, que marcou 5 gols no jogo Remo 7 x 2 Paysandu em 1939.

Entre 1925 e 2005, o clássico Re-Pa decidiu o Campeonato Paraense em trinta e três ocasiões, com dezessete vitórias do Remo e dezeseis do Paissandu.

Com relação a períodos de invencibilidade, o Remo ficou sem vencer o Paisandu por treze jogos, entre 29 de Janeiro de 1970 e 9 de Dezembro de 1970. Já o Paysandu ficou sem vencer o Remo por trinta e três jogos, entre 31 de Janeiro de 1993 e 7 de Maio de 1997 .