domingo, 18 de julho de 2010

Giba analisa momento do Clube do Remo e a Série D.

A entrevista a seguir foi feita pela equipe do caderno Bola, do Jornal Diário do Pará.
Um comandante que não vê a hora de a bola rolar, apesar de não ter a real exatidão do nível da competição. Um comandante que crê no trabalho desenvolvido e que se sente experiente o suficiente para lançar revelações do clube no momento mais correto. O comandante atende pelo apelido de Giba, do Remo, que estreará amanhã na Série D. A seguir, uma entrevista exclusiva, expondo essas e outras concepções do homem forte da comissão técnica azulina.

Bola – A essa altura da carreira, ainda dá pra sentir um friozinho na barriga antes da estreia?

Giba – Graças a Deus vai começar o campeonato! Todos estão bastante ansiosos, porque entendemos que estamos bem preparados para alcançar os nossos objetivos. Existe um espírito, um ambiente de muita confiança em torno daquilo que todos fizemos até este momento.

Bola – O teu trabalho ainda não foi coroado com um título. Chegou o momento?

Giba – É a primeira vez que tenho a oportunidade de iniciar um trabalho aqui no Pará. Vou dizer pra você e aos torcedores do Remo: toda vez que iniciei um trabalho, eu fui campeão. Cheguei bem próximo ao título, entre os finalistas, entre os quatro primeiros colocados. Isso me dá uma confiança muito grande, diferente das outras oportunidades quando estive aqui. Em 2006, dirigi metade do campeonato e fugimos do rebaixamento. Este ano, cheguei, praticamente, na metade do campeonato. É muito mais difícil assim para o treinador poder equacionar uma equipe, fazer com que o atleta tenha um rendimento considerando aquilo que você quer transmitir a ele. Enfim, é bem diferente desse momento.

Bola – Tens ideia do nível da Série D?

Giba – É uma incógnita. Se eu fosse disputar uma Série A, já te diria: vamos disputar para não cair, porque você já conhece os adversários. Se fosse disputar uma Série B, iríamos ocupar uma posição intermediária. Não tenha dúvida que eu já saberia onde nós brigaríamos. A Série D é muito mais difícil, porque você não conhece muitos os adversários. Eu posso dizer que o Brusque (SC) foi campeão da Taça de Santa Catarina. Mas, ainda assim, é pouco. Dos nossos adversários, a exceção é o Cametá. Os demais são incógnitas. Eles podem ser até melhores do que nós, como podem ser piores que a gente. Posso dizer que o Santa Cruz (PE) está muito bem armado, fez um trabalho desde o ano passado e já tiveram um esboço de competitividade na Copa do Brasil. Trata-se de um trabalho de médio, a longo prazo, como tem que ser feito no futebol. Título é consequência de um trabalho bem feito, planejado. É uma equipe candidata, não pelo nome, mas pelo trabalho.

Bola – Com relação ao Remo, esta equipe é superior a que disputou o Campeonato Paraense?

Giba – Tenho plena certeza disso. Entendo assim pela sequência de treinamento, pela sequência de filosofia de trabalho. Assim, o atleta vai ganhando mais confiança em si mesmo, vai tendo melhor desenvolvimento técnico e físico. Quando você troca muito o treinador, o atleta sente a diferença de um treinador para com o outro. A mesma coisa com o preparador físico. Com a sequência, a evolução passa a ter mais consistência. Por isso que eu digo: nós temos a mesma base, mas um time bem diferente. Vejo o Remo mais bem treinado do que estava no Campeonato Paraense.

Bola – O torcedor remista pode esperar a revelação de talentos nesta Série D? Nos amistosos, você utilizou Betinho, Paulo André...

Giba – Eu penso que tudo é circunstância. Depende da evolução do atleta, do dia a dia. Depende de a oportunidade surgir ou não. Vejo os jornais noticiarem que clubes brasileiros querem o Diogo, que revelei na Portuguesa, e que querem o Neném, o Deivid. Tenho experiência e dom para isto. Aqui, no Remo, vamos ver. Tudo tem o seu tempo. (Diário no Pará)