domingo, 18 de julho de 2010

7x0: O Massacre Bicolor.

Na próxima quinta-feira (22), os torcedores do Paysandu terão um motivo para comemorar. Na mesma data, há 65 anos, o Papão da Curuzu aplicava uma goleada no Remo que até hoje é motivo de chacota na eterna guerra entre as duas torcidas. O jogo que terminou em 7 a 0, em 1945, época da II Guerra Mundial, nunca mais foi esquecido e já entrou para a história da batalha entre os arquirrivais. Para recordar essa proeza, encontramos em Vigia de Nazaré e Belém, filhos do ponta-esquerda Soiá, autor de três, dos 7 tentos.

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Sílvio Tadeu, o ‘Norte’, é o filho que mora em Vigia. Ele relembra orgulhoso da história do pai, que faleceu em 1998 de parada cardíaca, quando tinha 78 anos. “Nossa família é toda Paysandu ‘doente’, por causa dele, relata, com o aval da esposa. “Esse amor foi passando de geração em geração”, completa dona Marli. ‘Norte’ faz questão de mostrar a relíquia que guarda daquela época, a camisa oficial do alviazul, usada por Soiá na memorável partida.

O outro filho do ponta esquerda, Emanuel Cardoso, que mora em Belém, conta uma curiosidade do dia daquele Re-Pa. “Ele era do Exército naquela época e estava subordinado a um sargento remista, que sabia que ele ia participar do jogo. Então, no dia da partida, ele mandou que o papai fizesse uma atividade física intensa antes, só para ele cansar, pois sabia que ele era bom de bola. Mas não adiantou, ele foi lá e fez três gols”, orgulha-se Emanuel.

A receita para tanto vigor? Bem, essa, Emanuel faz questão de divulgar e avisa que serve para o atual elenco do Papão. “Era muito caldo de cabeça de gurijuba, lá de Vigia, que ele tomava, sem falar no caldo do turu. Isso dá uma força. Bem que os jogadores de agora do Paysandu poderiam tomar”, indica.

Emanuel aproveita para dar sua opinião a respeito do atual elenco da Curuzu. “Olha, eu acho que até dá para subir, sim, para a Série B, desde que contratem mais umas três peças para o ataque. Tem que reforçar esse banco, o Paysandu tem meio de campo, mas não tem ataque”, opina, lembrando que os tempos são outros. (Diário do Pará)